Análise Arkade – Everhood Eternity Edition, o Guitar Hero + RPG que você precisa conhecer
Everhood parece ter surgido de uma epifania durante uma intensa sessão de Guitar Hero. As pistas do jogo, feitas para tocar as notas das músicas, poderia ser uma pista de luta, contra os mais variados inimigos. Alguém pensou nisso e resolveu ainda dar um toque 8-bits na sua mistura. Assim nasceu um jogo onde a música se torna um ataque, e a única defesa é dançar.
A jornada em Everhood se desenrola em uma clássica pista de cinco faixas, com objetos descendo sincronizados com a música. O protagonista, que fica na parte de baixo, esquiva-se usando movimentos simples: esquerda, direita e pulo. Lembrando muito, inclusive, aquelas fases de Contra na qual o personagem fica na parte de baixo, apenas atirando e desviando lateralmente. Mas aqui, não tem tiro, só defesa.
Entretanto, há uma reviravolta. Em vez de apenas desviar, o protagonista pode contra-atacar, exigindo habilidade para devolver os ataques musicais com maestria. É uma jornada heróica onde dançar é lutar, uma busca para superar obstáculos musicais, conquistar reconhecimento e descobrir Verdades Absolutas. Mas ainda assim, é um combate que faz o jogador vencer o rival mais pelo cansaço, do que pelo nocaute.
Everhood, também, propõe uma aventura bem diferente, com uma narrativa que busca o surreal. Esqueça a história do herói que salva o mundo ou a princesa, mas abra a sua mente para um enredo que busca desafiar o que é o senso comum. Tempo, vida, morte, condição humana e muita coisa abstrata dita o game, com diálogos enigmáticos e coisas surreais, como uma “luta” contra um caixa eletrônico.
Visualmente falando, temos em Everhood um “8-bits psicodélico”. Apesar de tons pretos serem predominantes, como nos jogos dos primeiros dias de NES, na verdade temos muitas cores e muitos efeitos psicodélicos, especialmente nas lutas, que conseguem pegar a essência dos efeitos de Guitar Hero, mas imprimir sua própria estética, já que não são notas que vem para a nossa direção, e sim os mais variados ataques inimigos.
No que diz respeito à jogabilidade, o protagonista enfrenta uma barra de vida que regenera automaticamente, diferente a cada nível de dificuldade escolhido. Mas em qualquer nível, o desafio baseado no ritmo torna o game bem interessante para quem gosta de se testar.
Unindo música com RPG, Everhood Eternity Edition, que é uma nova versão de um jogo que já existe no Switch e PC desde 2021, traz um daqueles Indies que apostam no diferente, mesmo que dentro de ideias já utilizadas, para chamar atenção. E consegue, já que o game tem potencial para agradar um número considerável de pessoas, incluindo saudosistas de Guitar Hero.
Soma-se a este novo pacote desafios novos com nomes como David Wise ou Manami Matsumae, e temos um game “musical” que embora não tenha apenas na música o seu apelo, consegue ser muito competente, ao oferecer uma aventura que mistura no liquidificador algumas coisas, mas traz uma parada um tanto nova, e diferente, sempre bem vinda em dias de tantos iguais.
Everhood Eternity Edition já está disponível, para consoles PlayStation e consoles Xbox. O game já contava, em 2021, com uma versão para Nintendo Switch e PC.
